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sexta-feira, 27 de março de 2020

O FALSO DILEMA: VIDA OU ECONOMIA


_____Hudson Cunha
-                      26/03/2020
Preocupante a polarização entre os que se arvoram defender a economia e os que dizem priorizar à vida. Ambos os polos criam um falso dilema, e, aparentemente, estão bem-intencionados.
Ora, as medidas a serem tomadas - governamentais,  empresariais, das demais autoridades e da população - devem levar em conta ambos os aspectos: economia e vida.
Ao Governo, não cabe alimentar a falsa polarização na defesa da economia, com o olhar centrado no interesse do grande empresariado e  secundariamente jogar migalhas para pequena parte da população, como os míseros R$200,00 ao mês. Ao mesmo tempo, baixa decretos e medidas que prejudicam a renda dos assalariados e sem dotar de recursos de pequenos empresários a grandes. E assim  possam amenizar a crise.
Inaceitável continuar a ocorrência de atitudes que dão a entender que se resume à ambição de político que quer se reeleger e elevar seu autoritarismo.
Medidas restritivas de meios de pagamento redutora da renda dos trabalhadores - como impõe a Medida Provisória nº 927/2020,  de constitucionalidade questionada - longe de resolver a questão econômica, tende a agravá-la mais ainda, pois retirará dinheiro da circulação implica em redução de arrecadação de impostos para o governo.
Por outro lado, os empresários - além terem alguns entre eles que ficam escandalosamente somente pensando em seus lucros - também não podem ficar insensíveis à vida, ainda que seja de uma minoria, que pensam composta só  idosos octogenários, mas a doença é fatal para todas as faixas de idade de 0-18 a  +90, embora com maior incidência nos idosos. Mas atingirá gravemente todas faixas etárias em havendo colapso no sistema de saúde.
Por fim, estão os que querem condenar totalmente a preocupação com futuro da economia,  tirar dividendos de conflitos momentâneos e focam só em salvação de vidas. Tudo mesclado com politização exagerada, dado que o Presidente está do outro lado e não apresenta soluções pertinentes. Estes reclamam, ainda, destinação de recursos ao povo trabalhador, aos autônomos sem emprego, aos desempregados etc..
É hora de romper este dilema. A situação atual, sobretudo, demanda por entendimento. É a busca sensata de soluções, considerando saúde e economia.
Sabemos que drenagem de recursos na Economia não deve ser só para os segmentos menos favorecidos, embora prioritariamente para estes, também, para o pequeno e médio empresário e o agricultor família e o médio produtor, não só para os grandes, todos devem ser apoiados. 
A maior destinação de recursos governamentais principalmente para os mais pobres terá um efeito multiplicador na economia. Assegurará consumos que poderão dar impulsos às vendas da periferia até aos grandes supermercados e shoppings centers, dada a propensão menor a consumir destes segmentos sociais.
Por outro lado, precisa o governo  investir com recursos para assegurar o enfrentamento da doença, com recomendações de isolamento para quem puder, de asseio, de prudência, bem como na criação estruturas de equipamentos  para o tratamento da doença. Ao mesmo tempo que planeja como seguir a curva de expansão e descida do número de infectados e dos necessitados de tratamento. 

NOTA:   Procurei pesquisar a razão de tantas mortes, altas taxas de mortalidade,  em Huwan (4.9%)  e Hubei (3,1%), que respondem por quase 75% das mortes em toda China, enquanto em outras regiões menos pobres a taxa média de fatalidade  é de 1,6%. A explicação era a falta de UTI (só tinha 100 em Huwan,  e  de equipamentos hospitalares, são regiões pobres. Portanto, fica a lição para nós brasileiros, Se não houver a preocupação em equipar o sistema de saúde e de ter profissionais treinados, o percentual de óbito no Brasil poderá chegar a mais de 4% dos afetados pelo Coronavírus; e o colapso do sistema de saúde será uma realidade.
Dados nesta fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/coronavirus-death-rate/#study

5 comentários:

  1. Posição lúcida e progressista no excelente artigo.

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  2. Muito bom. Temos de levar esse tipo de debate aos lares onde ainda existe uma resistência a entender o quão destrutiva é essa maneira do atual mandatário levar seu governo.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. oi Hudson, não sabia deste blog seu. Muito bom. Vou te mandar algo por pv.

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